Como ajudar quem vive com HIV na pandemia de COVID-19


Victor Damborowiski

No início da segunda metade da década de 2010 alguns especialistas estavam discutindo que o Brasil estava vivendo uma nova onda de contágio do HIV. Os principais motivos para essa terrível conclusão foram: desigualdade social, má gestão pública das autoridades competentes, banalização da sexualidade, consumismo exacerbado e outros. Com o número já acentuado de casos novos de HIV, tudo que o sistema de saúde público brasileiro não precisava era de uma nova pandemia.

A COVID-19 surge de surpresa para a população humana. Agindo principalmente no sistema respiratório humano, a doença debilita a vítima ao estágio de internamento e em alguns casos ao óbito.

Tendo em vista todos esses fatores a UNIAIDS (Joint United Nations Program on HIV/AIDS) elaborou uma cartilha que abrange alguns cuidados e perigos que a população vivendo com HIV e AIDS devem se preocupar. Nesta cartilha a rede de apoio das pessoas que vivem com HIV ou AIDS recebe atenção fundamental.

Mas afinal, como ajudar as pessoas que vivem com HIV ou AIDS nesse momento? Listamos alguns comportamentos simples e que você, pessoa com HIV ou não, pode seguir para ajudar seu próximo. Vamos lá?!

  1. Busque saber o paradeiro das pessoas que vivem com HIV ou AIDS sempre que possível.

  2. Recomende a ela que se mantenha em casa. Caso não seja possível ela se manter em casa, sugira para ela seguir as recomendações do Ministério da Saúde e OMS.

  3. Tente manter um contato diário (presencial ou não com essa pessoa). Havendo qualquer sinal de mudança brusca de comportamento procure ou chame as autoridades competentes.

  4. De uma a duas vezes ao mês as pessoas que vivem com HIV ou AIDS vão até a unidade de saúde especializada em doenças sexualmente transmissíveis para fazer exames e pegar sua medicação. Se possível acompanhe ela ou pergunte se ela está tomando sua medicação.

  5. Puxe assuntos descontraídos, a respeito de algum lazer ou atividade que a pessoa que vive com HIV ou AIDS goste. Às vezes um simples “oi, tudo bem?” vale um dia.

Pequenas atitudes podem ajudar seu próximo de maneiras surpreendentes. Boas ações giram e giram, e voltam para quem as desferiu. Seja você um agente do bem.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Programa Nacional de DST e Aids. Manual de adesão ao tratamento para pessoas vivendo com HIV e Aids. Brasília, 2008.

BRITO, Ana Maria. CASTILHO, Euclides Ayres. SZWARCWALD, Célia Landmann. AIDS e infecção pelo HIV no Brasil: uma epidemia multifacetada. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical 34(2): 207-217, mar-abr, 2000.

CARVALHO, Simone Mendes. PAES, Graciele. A influência da estigmatização social em pessoas vivendo com HIV/AIDS. Cad. Saúde Colet., 2011, Rio de Janeiro, 19 (2): 157-63.